Desde que encontrou a esmeralda preciosa enterrada em seu sítio, Cunegundes mudou completamente de vida. Saiu da pobreza severa para uma riqueza súbita — uma riqueza que ela nunca soube administrar com elegância, mas que tomou de assalto com o orgulho de uma rainha do interior.
A verdade é que Cunegundes sempre foi movida por um único sentimento:
Provar que nunca perdeu para ninguém.
Nem para Candinho.
Nem para Anastácia.
Nem para o destino.
Mas quando o sítio de Candinho pegou fogo e a fábrica foi destruída, algo estranho começou a brotar dentro dela.
Culpa.
Cunegundes nunca admitiria isso em voz alta. Nem sob tortura. Mas era verdade: ela se sentia responsável por parte da tragédia. Afinal, Candinho só vendeu o sítio por não ter alternativa. Só perdeu a fábrica porque confiou em pessoas que não mereciam.
Só empobreceu de novo porque o destino sempre dava um jeito de colocá-lo à prova.
E mesmo que ela nunca tivesse sido um exemplo de doçura, Cunegundes sempre teve um ponto fraco:
O tal do Candinho, por mais que negasse.
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