Bia sempre soube jogar. Desde o início, ela fez de tudo para conquistar Beto — o jovem sensível, correto e idealista que, por ironia do destino, parecia enxergar nela algo que ela mesma não sabia se existia. Quando percebeu que não conseguiria conquistá-lo por afeto, Bia usou outra carta: a chantagem.
Armou uma situação para fazê-lo acreditar que haviam dormido juntos e, pressionado pela honra e pelos costumes da época, Beto cedeu. O casamento aconteceu às pressas, envolto em olhares tortos e sorrisos forçados. Para a sociedade, estava tudo perfeito. Mas dentro da casa… o silêncio gritava.
Nos primeiros dias, Bia tentava fingir normalidade. Preparava o café, ajeitava o cabelo, colocava o vestido mais delicado.
Mas Beto estava sempre distante. Cumpria os deveres de marido com frieza, dormia tarde, saía cedo e evitava tocar nela.
— Está tudo bem? — ela perguntou certa noite.
— Está — ele respondeu, sem encará-la.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar