A crise de Anabella não chegou de mansinho: veio como tempestade. Pálida, a mão grudada no ouvido e a respiração curta, a jovem é levada por Estela às pressas ao hospital. Não há espaço para dúvida, só para ação. É quando Túlio, de jaleco, olhar limpo e pulso firme, assume o controle. Ele examina, pede exames, organiza a equipe.
A triagem fria dos números encontra a ansiedade quente de uma família inteira. E, por trás de tudo, um pedido silencioso: "não deixa ela escapar".
— O ouvid
o dela tá muito inflamado. Eu preciso de mais exames pra entender direito o que tá acontecendo.
A sentença é técnica; o subtexto, humano. Estela segura a mão da irmã como quem segura o próprio chão. — Faz o que for preciso, doutor. Eu só quero ver minha irmã bem.
A promessa de um médico encontra a fé de duas irmãs.
Do lado de fora, o corredor aprende a contar o tempo como se conta batida de coração: cada porta que se fecha, um aperto a mais; cada carrinho que passa, uma reza curta.
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