Durante muito tempo, o nome de Gregório foi apenas uma lembrança na vida de Clarice — um suspiro guardado em silêncio, um "e se" que ficou perdido entre os papéis da juventude e os compromissos de um casamento sufocante com Juliano. Gregório foi, no passado, um amigo próximo. Um homem simples, culto e gentil, que via em Clarice muito mais do que a beleza da alta sociedade.
Ele enxergava a alma por trás do sorriso contido, a melancolia escondida nos olhos claros.
Mas o destino os afastou. Gregório partiu para a Europa nos anos 1940, para estudar filosofia em Paris, enquanto Clarice se casava com Juliano e entrava num mundo de aparências, silêncio e dor.
Agora, em 1955, o destino resolve ajustar suas contas.
A presença de Clarice na capa da revista Magnifique, expondo o horror de sua internação forçada, teve um efeito avassalador.
Entre tantos leitores impactados, um deles ficou especialmente abalado: Gregório. De volta ao Brasil havia poucos meses, ele se comoveu profundamente com a coragem da mulher por quem sempre guardou sentimentos.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar