Rosana Bacelar sempre foi uma mulher de atitude. Dona de bar, ex-rainha de bateria, mãe dedicada e esposa determinada, ela sabia o que queria da vida — e o que não queria também. Mas nem mesmo toda sua força e independência puderam prepará-la para o impacto que sentiria ao encontrar uma simples carta, dobrada com cuidado no fundo da gaveta de Sebastian, o amigo de infância e confidente que havia desaparecido sem deixar vestígios.
Nos últimos capítulos, Sebastian vinha demonstrando sinais de que algo o atormentava. Olhares longos para o horizonte, silêncios que substituíam as piadas que antes preenchiam o bar, ausências cada vez mais frequentes. Rosana notou, mas decidiu respeitar o espaço dele. Até que ele se foi.
É em uma tarde chuvosa, enquanto organizava alguns papéis antigos atrás do balcão do bar, que Rosana encontra a carta.
O envelope, amarelado e endereçado a ela com a caligrafia característica de Sebastian, parece pulsar em suas mãos. Ela hesita. Parte dela quer ignorar, fingir que aquilo não existe. Mas outra parte — a mais forte — precisa saber.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar