Naquela noite, o Dancing Paris parecia diferente.
As luzes estavam mais vivas, os aplausos mais altos, e o sorriso de Dita reluzia como nunca. A cantora subira ao palco com a alma em festa — cada nota que saía de sua voz parecia libertar o que o mundo insistia em esconder: força, emoção, verdade.
Mas o que Dita não sabia era que, do outro lado do salão, Tamires, a dona da casa, observava tudo com o olhar de quem calcula mais do que sente.
O público estava tomado — não apenas pelos homens habituais, mas por algo inédito. Mulheres.
Elas se amontoavam nas mesas, aplaudindo, sorrindo, vibrando a cada verso. E isso, para Tamires, era o começo de um problema.
Enquanto Dita encantava com a canção “Flor de Madrugada”, Tamires contava os riscos: o desconforto dos clientes antigos, o falatório dos vizinhos, o escândalo que poderia vir.
“Mulher chamando mulher pra dançar? Isso não vai acabar bem”, pensava, inquieta.
O público vibrou com o final da música. Dita agradeceu, emocionada.
Aplausos, assobios, flores sobre o palco.
Mas o sorriso dela mal teve tempo de durar.
Logo após o show, o assistente de Tamires apareceu no camarim.
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