Desde que foi resgatada à beira da lagoa, Estela tem vivido dias de silêncio e incerteza na fazenda de Túlio. A lembrança do passado continua enevoada, e o rosto das pessoas que ama — Anabela e Celso — ainda surge de forma difusa em seus sonhos. Mas, à medida que o tempo passa, uma nova sensação começa a brotar dentro dela.
Toda manhã, enquanto o sol nasce e o campo se ilumina, Estela observa Túlio à distância. Ele cuida dos animais, trabalha na plantação, conversa com os empregados com uma gentileza natural. A simplicidade dele a encanta. Algo em seu jeito sereno e firme desperta nela uma sensação de segurança — um abrigo contra o vazio da mente e o medo do esquecimento.
"Ele salvou minha vida…", pensa Estela, em silêncio, enquanto o vê sorrindo para um dos cavalos.
E, sem perceber, um sorriso discreto também nasce em seu rosto.
Túlio não demora a perceber que está sendo observado. Enquanto recolhe as ferramentas, lança um olhar rápido na direção do alpendre e flagra Estela parada, com o semblante sonhador.
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