O quarto de hospital está silencioso, exceto pelo som constante dos aparelhos ao redor da cama. Topete, ainda com marcas visíveis do acidente, permanece imóvel, com os olhos fechados e o rosto machucado. Ao lado dele, Eugênia segura sua mão com delicadeza, os olhos vermelhos de tanto chorar.
Desde o atropelamento, causado por Ana Maria sem saber que ele era seu irmão, Eugênia não saiu de perto dele um só instante.
Ora reza, ora conversa com ele baixinho, na esperança de que sua voz o traga de volta.
— Volta, meu amor… só me diz que você tá aí dentro.
Após dias de incerteza, Topete começa a dar sinais de consciência. Um leve movimento de pálpebra, um suspiro mais profundo. Os médicos são avisados, a enfermeira se aproxima com pressa. Eugênia, em prantos, se aproxima da cama.
— Topete… sou eu.
A Eugênia. Tô aqui, meu bem.
Lentamente, ele abre os olhos. Piscando, confuso, olha ao redor. Depois encara Eugênia por alguns segundos. O silêncio é quebrado quando ele sussurra:
— Quem é você?
Eugênia empalidece.
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