A sede da TCA estava em silêncio naquele fim de tarde. O escritório de Marco Aurélio, iluminado apenas pela luz natural que entrava pelas amplas janelas, parecia mais sombrio que o normal. Ele estava sentado à sua mesa, com o olhar fixo em um envelope pardo, daqueles discretos, que sempre carregam informações valiosas — ou perigosas.
Foi quando Leila entrou sem bater, como já era de costume. Trazia consigo a mesma confiança de sempre, os saltos firmes, os olhos atentos. Mas bastou um olhar para perceber que algo estava diferente.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, fechando a porta atrás de si.
Marco Aurélio não respondeu de imediato. Em vez disso, levantou-se, caminhou até o bar e serviu um uísque. Sem oferecer a ela, apenas virou o copo de uma vez.
Depois, virou-se devagar.
— Estive pensando… em fazer algo grande. Algo… que ninguém espera de mim.
Leila arqueou as sobrancelhas, intrigada:
— Isso é raro. Normalmente você só age. Pensar não é muito o seu forte.
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