Durante a missa de sétimo dia de Arturzinho, a cidade de Santana do Agreste está reunida em peso. A igreja está lotada, com beatas de véu branco, senhores de chapéu e jovens cochichando nos bancos do fundo. Mas ninguém imagina que, naquela manhã solene, a cerimônia vai se transformar no maior escândalo que a cidade já viu.
Perpétua, vestida de preto da cabeça aos pés, sobe no altar tomada por um falso espírito de justiça. Interrompe a leitura da bíblia e, diante de Padre Mariano, grita para todos ouvirem:
— Essa missa não pode continuar enquanto a maior vergonha dessa cidade estiver sentada aí! Essa mulher… essa quenga… é minha irmã!
O silêncio é rompido por um suspiro coletivo. Leonora se levanta imediatamente, Carmosina arregala os olhos, e Padre Mariano engasga com as palavras.
— Perpétua, pelo amor de Deus… isso é uma igreja! — tenta contornar o padre.
Mas Perpétua está possuída. Ela continua, apontando o dedo para Tieta:
— Essa aí era conhecida em São Paulo como Madame Antoinette! Dona de bordel! Vendia o corpo! E arrastou a outra aí junto, a Leonora! Eu tenho provas!
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