Sônia conhecia bem as dificuldades que Dita enfrentava. A cantora, mãe desquitada, vivia um período de incertezas, tentando conciliar a criação de Joaquim com a luta diária pela sobrevivência. Ao perceber o talento da amiga e sua necessidade urgente de trabalho, Sônia decidiu agir.
— Dita, ocê tem uma voz linda, não pode desperdiçá isso.
Vou falá com a Tamires lá no dancing. Ela sempre procura novidade pra atraí o público.
Dita arregalou os olhos, surpresa.
— Cê faria isso por mim?
— Claro. Amiga é pra essas hora.
No dia seguinte, Sônia levou Dita ao dancing. As luzes coloridas, as mesas cheias e o palco imponente intimidaram a cantora, que apertava as mãos nervosamente.
Tamires, dona do lugar, as recebeu com postura firme.
— Então, essa é a tal Dita de quem você tanto fala?
Sônia sorriu e assentiu.
— É sim. E garanto que se a senhora deixar ela cantar uma música, nunca mais vai querer outra.
Tamires cruzou os braços.
— Muito bem. Cante. Quero ouvir agora.
Dita respirou fundo, fechou os olhos e começou a cantar.
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