Depois de dias afastada, Bia retorna ao orfanato. O peso da rejeição de Beatriz e a ausência do apoio de Clarice a deixam ainda mais frágil. Mas dentro dela, algo pulsa: o desejo sincero de, ao menos uma vez, ser honesta. Não por estratégia. Não por vantagem. Apenas por verdade.
Clarice a recebe com um olhar cauteloso.
Ainda há mágoa. Ainda há feridas. Mas também há amor. Um tipo estranho de amor que sobrevive mesmo aos piores enganos.
— Posso falar com você? — pergunta Bia, quase em sussurro.
Clarice faz um gesto com a cabeça. As duas se sentam na sala do orfanato, onde tantas conversas difíceis já aconteceram. O silêncio se instala por alguns instantes, até que Bia respira fundo.
— Eu preciso te contar uma coisa.
Uma coisa que eu escondi de todo mundo. Até de mim, às vezes.
Clarice observa a jovem à sua frente, esperando que ela continue.
— Lembra quando eu disse que o Beto tinha tirado minha virgindade? Que por isso eu merecia casar com ele, que eu era uma moça "de respeito" e que ele tinha que assumir?
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