A tensão já começa na chegada de Odete Roitman à chácara. O carro importado levanta poeira na estrada de terra, e o som dos saltos ecoa pelo piso rústico da varanda. Ela bate à porta com a força de quem exige obediência, e Ana Clara, surpresa com a visita, demora a abrir.

Odete (seca, incisiva): — "Como você ousa deixar meu filho sozinho para ir a um evento fútil como aquele? Ele não pode ser tratado como um animal de estimação esquecido!"

Ana Clara (tentando se conter): — "Eu não o deixei. Ele estava seguro. E eu fui apoiar Heleninha, que precisava de mim naquele momento."

Mas antes que a discussão se prolongue, um som diferente ecoa pelo ambiente: passos arrastados vindos do quarto de Leonardo.

O impacto da presença da mãe

Leonardo aparece na soleira da porta. O olhar perdido de sempre se transforma em algo novo: uma mistura de medo e reconhecimento.

Ele observa a mãe com uma agitação que não sentia há anos. O corpo treme, as mãos buscam apoio no batente.

Odete (em choque, suavizando o tom): — "Leonardo…"

É a primeira vez em muito tempo que ela o encara de frente, sem médicos, sem intermediários, sem desculpas.

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