Juliano está dentro do carro, parado do outro lado da rua. Os olhos fixos no portão do orfanato. O motor desligado, a respiração pesada. Ele veste um casaco escuro, as mãos apertadas no volante.
— Ela é minha. Sempre foi. Ninguém ama a Clarice como eu amei.
De repente, um homem bem-apessoado chega ao portão.
É Gregório. Dona Carmem o recebe com carinho, e logo Clarice aparece com um sorriso doce, abraçando o visitante.
A expressão de Juliano se transforma. O maxilar trava. As mãos tremem. Ele sai do carro como um furacão e começa a bater no portão:
— CLARICE! ABRE ESSA PORTA! VOCÊ É MINHA!
Dona Carmem tenta impedir, mas Juliano empurra a porta com força e invade o orfanato, avançando até Clarice, que está imóvel na escada.
Gregório se coloca entre eles.
A briga explode
— Quem é você? O novo brinquedo da Clarice? — provoca Juliano.
Gregório não recua:
— Eu sou o que você nunca foi: alguém que respeita ela.
Juliano perde o controle e parte pra cima.
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