A mansão dos Roitman estava envolta em um silêncio estranho. As paredes, acostumadas a ecos de discussões, naquela noite pareciam absorver o peso de uma guerra vencida, mas não concluída. Afonso havia tomado a decisão definitiva: expulsar Maria de Fátima de sua vida.
A jovem, que por tanto tempo se orgulhara de desfilar pela casa como se fosse rainha, agora se via reduzida a juntar malas apressadamente.
Seus olhos vermelhos de raiva percorriam cada canto do quarto. As roupas de grife que tanto amava já haviam sido arrancadas de suas malas por Celina, que não permitira que levasse nada comprado com dinheiro dos Roitman.
"Eles pensam que podem me humilhar. Mas eu ainda vou sair por cima. Eu não sou qualquer uma. Eu sou Maria de Fátima Ferreira!"
Foi nesse estado de espírito que ela desceu a escada principal, carregando consigo apenas alguns pertences.
Mas a cena que a aguardava seria ainda mais dolorosa.
O som dos saltos altos ecoou pelo hall de entrada antes mesmo que a porta se abrisse. Quando finalmente surgiu, Odete Roitman parecia maior do que nunca.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar