O dia de Afonso começou como tantos outros. Ele estava no escritório da TCA, imerso em números e planilhas, tentando organizar os resultados do último trimestre. A rotina, metódica e controlada, lhe dava a sensação de que tudo estava sob seu domínio. Até que Renato, visivelmente apressado, entrou na sala sem sequer bater.
— Preciso falar com você sobre a Solange — disse, ofegante, jogando-se na poltrona diante da mesa.Afonso levantou o olhar, levemente incomodado pelo tom urgente.— O que houve?Renato hesitou, como se não soubesse por onde começar.
— Olha, não sei se deveria ser eu a te contar isso…
— Fala logo, Renato.Foi então que as palavras saíram, quase num atropelo:
— A Solange… está grávida.
A frase ficou suspensa no ar, como um peso invisível que caiu sobre Afonso.
Ele parou por um instante, sem conseguir processar. Grávida. Essa palavra, dita de forma tão simples, provocou uma tempestade dentro dele.
O barulho dos carros na rua, o tic-tac do relógio, o som distante de teclados sendo digitados… tudo pareceu desaparecer.
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