Celina sempre foi boa em ler pessoas. Com anos de experiência no mundo corporativo e na vida social, aprendeu a identificar sinais sutis de mentira ou dissimulação — e Maria de Fátima exalava esses sinais. Nos últimos tempos, o comportamento da jovem se tornara ainda mais enigmático: telefonemas atendidos no corredor, sumiços repentinos com desculpas frágeis e um ar de quem sempre estava escondendo algo.
Para Celina, aquilo era mais do que simples vaidade ou rotina de trabalho. Era a repetição de um padrão que já vira muitas vezes: o de quem está com um segredo grande demais para ser revelado.
A gota d'água veio numa tarde chuvosa. Celina saía da agência quando viu Maria de Fátima se esgueirando para fora, apressada, usando um conjunto caro e carregando uma bolsa que parecia mais cheia do que o habitual.
O guarda-chuva preto escondia parte do rosto, mas não o suficiente para passar despercebida. Foi naquele momento que Celina tomou sua decisão: iria segui-la.
O início da perseguição silenciosa
Celina entrou em seu carro, esperando alguns segundos antes de arrancar, para não chamar atenção.
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