O orfanato estava em mais uma tarde movimentada, com crianças correndo pelos corredores e Zulma tentando manter a ordem à sua maneira. Zenaide, sempre atenta, conversava com Sabiá na varanda, enquanto observava a movimentação.
— Sabe, Sabiá… tem uma coisa que pouca gente sabe. Esse orfanato aqui não estaria de pé se não fosse pelo Celso.
Sabiá franziu a testa, curioso.
— Celso? O empresário da rádio?
— Ele mesmo. Ajuda a gente há anos. Dinheiro, mantimento, até conserto da casa. Sempre deu um jeito de apoiá.
A revelação caiu como uma bomba na mente de Sabiá. Ele, que já desconfiava das aproximações de Celso, agora via uma nova peça se encaixando em um quebra-cabeça perigoso.
Sabiá permaneceu em silêncio por alguns segundos, mastigando a informação.
Seu olhar endureceu.
— E por que será que um homem feito aquele tem tanto interesse nesse lugar, hein?
Zenaide, sem perceber a gravidade, apenas deu de ombros.
— Talvez porque ele seja bom de coração.
Mas Sabiá não acreditava em bondades gratuitas, ainda mais vindas de um empresário como Celso.
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