Na mansão Boaz, onde paredes guardam mais segredos do que quadros, o silêncio muitas vezes diz mais que qualquer palavra. Mas, dessa vez, foi uma frase pequena, dita com inocência e verdade, que fez o mundo de Abel (Tony Ramos) estremecer. Em uma tarde de domingo, Sofia (Elis Cabral), com os olhos marejados e o coração aberto, confessou ao pai: "Eu sinto falta da mamãe.
"
Mas ela não falava de Ellen, sua mãe biológica. Falava de Filipa (Cláudia Abreu) — a mulher que a criou como filha, e que agora anda pelos cantos da casa como um fantasma que não quer ser visto.
A cena começa na cozinha. Sofia empurra o pão no prato. Abel entra com o jornal, finge normalidade. Senta à mesa, toma o café. O relógio marca nove e vinte. O lugar de Filipa está vazio.
— Papai… a mamãe vai voltar a tomar café com a gente?
Abel ergue os olhos devagar. Não sabe o que responder. Desde a crise conjugal, Filipa tem evitado os rituais da casa. A mesa, antes cheia de conversas, agora carrega um silêncio gelado.
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