Desde a morte de Odete Roitman, César vinha alimentando uma ambição silenciosa. O ex-amante da poderosa empresária acreditava que, com a herança e as ações que herdara, finalmente teria voz dentro da TCA — a empresa símbolo do império Roitman.
Com a pasta de documentos nas mãos, ele entrou na sala de reuniões com um ar confiante.
O conselho já estava reunido: Marco Aurélio à cabeceira, os diretores ao redor e um silêncio respeitoso no ar.
— Senhores — começou César, ajeitando o paletó —, eu tenho uma proposta que acredito ser benéfica para todos.
Marco Aurélio levantou uma sobrancelha, já desconfiado. — Proposta?
— Quero usar as ações que possuo para me tornar membro efetivo da diretoria. Tenho interesse em ajudar a conduzir a TCA para um novo patamar — disse, em tom ensaiado.
Os olhares se cruzaram pela mesa. Alguns cochicharam discretamente. Marco Aurélio, por sua vez, soltou uma risada seca.
— Me diga, César… — disse Marco Aurélio, levantando-se devagar. — Você realmente acredita que essa empresa é um cabaré? Que qualquer um pode entrar aqui, herdar umas migalhas e sentar à mesa com os diretores?
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