O sol forte castigava Santana do Agreste naquela tarde abafada, quando Modesto levou o pequeno Júnior para o sítio da família, uma área afastada da praça central da cidade. A ideia era distraí-lo um pouco, longe das tensões que rondavam a casa e as constantes brigas com Letícia, sua esposa.
Enquanto o pai tentava arrumar uma cerca caída, Júnior corria em volta do terreno com a energia típica de uma criança curiosa.
Um instante de descuido foi o suficiente para transformar aquele dia em um pesadelo: ao se aproximar de um velho poço abandonado e parcialmente coberto por folhas secas, Júnior pisou em falso e caiu.
O grito que Modesto soltou ecoou pela fazenda, interrompendo até o canto dos passarinhos. O desespero tomou conta. Ele correu sem pensar, ajoelhou-se na beirada do poço e viu o vulto do filho no fundo, se debatendo na água turva.
Sem pensar nas consequências, no medo ou no próprio despreparo, ele se jogou atrás.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar