A cada dia, o semblante de Afonso se mostrava mais abatido. As sessões de exames, os efeitos colaterais e a angústia diante da incerteza minavam sua esperança. Mesmo com os médicos reforçando a importância de continuar o tratamento, ele já não tinha forças para acreditar em uma recuperação.
Em silêncio, Afonso observava pela janela o movimento das ruas, sentindo-se cada vez mais distante da vida que levava antes da doença.
Numa conversa íntima com Solange, ele soltou as palavras que vinham lhe corroendo por dentro:
— "Eu não vou continuar com esse tratamento, Solange. Não adianta… eu não vou sair dessa."
Solange, tomada pelo choque, imediatamente respondeu:
— "Como assim, Afonso? Você não pode desistir agora! Já passou por tanta coisa, lutou tanto… por que abrir mão justo agora?"
Ele baixou os olhos, derrotado:
— "Porque eu não tenho mais forças. O tratamento só me machuca, me faz sentir ainda mais fraco. Não quero viver assim, dependendo de hospital, de remédios, de piedade."
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar