A manhã na vila começou tranquila, com o som dos passarinhos e o cheiro de pão fresco vindo do forno da Quitéria.
Mas a paz durou pouco.
Uma carroça policial parou em frente à mansão de Candinho, levantando poeira e curiosidade. Os vizinhos logo se aproximaram, cochichando.
Candinho, que cuidava das plantações, ouviu o barulho e correu até o portão.
— Ué, mas o que tá acontecendo? — perguntou, limpando as mãos na calça.
O delegado Evaristo, acompanhado de dois oficiais, desceu da carroça com uma expressão constrangida.
— Bom dia, seu Candinho. Infelizmente, viemos cumprir uma denúncia formal.
— Denúncia? — repetiu o caipira, confuso. — De quem?
O delegado pigarreou. — Do seu burro. Quer dizer… sobre o seu burro.
Candinho franziu o cenho. — O Policarpo?
Evaristo assentiu. — Recebemos um boletim de ocorrência alegando que o animal é perigoso.
Candinho riu, achando que era brincadeira.
— O senhor tá me dizendo que veio aqui prender o meu burro?
— É o procedimento, senhor — respondeu o delegado, sem graça.
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