A manhã estava silenciosa demais quando Candinho entrou no carro com Samir. Não era aquele silêncio pesado, triste, nem aquele silêncio desconfortável que aparece quando dois mundos ainda estão tentando se encaixar. Era um silêncio diferente — o silêncio de quem carrega algo sagrado.
Samir olhava pela janela, inquieto, o coração apertando sem saber exatamente por quê.
Ele era apenas um menino, mas sentia dentro do peito que aquele dia seria importante. Um dia que ia marcar para sempre sua vida. Um dia que ligaria seu passado ao futuro — e que o colocaria definitivamente dentro da história da família que ele sempre sonhou ter.
Candinho ajeitou o chapéu, respirou fundo e colocou a mão sobre a do menino.
— Hoje, meu filho… — disse com a voz embargada — você vai conhecê suas raízes.
Vai conhecê as duas mulheres que formaram quem eu sou. Quem eu fui. E quem eu vou sê daqui pra frente junto de ocê.
Samir virou o rosto, curioso.
— Quem elas eram?
Candinho sorriu com uma ternura que parecia abraçar o ar.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar