A mesa estava posta com capricho. Margarida, orgulhosa, servia o guisado que perfumava toda a pensão, enquanto os hóspedes conversavam animados sobre o dia.
Entre risadas e histórias, Jorge, o mecânico falante e sempre apressado, comia mais do que respirava.
— Devagar, homem! — brincou Carmem, rindo. — Vai acabar engolindo o garfo.
Mas as palavras dela mal terminaram de sair e o pior aconteceu.
Jorge levou a mão ao pescoço, o rosto ficando vermelho num segundo, e os olhos arregalados começaram a pedir socorro.
— Meu Deus, ele tá engasgado! — gritou Margarida, em pânico.
Todos levantaram ao mesmo tempo, gritando instruções desencontradas.
Mas foi Estela, calma e firme, quem agiu.
Ela empurrou a cadeira para o lado e se colocou atrás de Jorge.
— Segura firme! — disse, com autoridade inesperada.
Apoiou as mãos no abdômen dele e aplicou uma série de compressões rápidas e precisas.
Na terceira, um pedaço de carne voou longe e Jorge respirou com força, tossindo alto.
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