O céu sobre a fazenda estava sereno, e uma brisa leve passava pelas janelas abertas da casa de Túlio. O som do rádio, sempre ligado para acompanhar as notícias e músicas da cidade, preenchia o silêncio da sala com uma canção suave, daquelas que falam de reencontros e corações inquietos.
Estela, ainda fragilizada, estava sentada próxima à janela, observando o luar.
Desde que acordara naquela casa, sem memória e sem saber quem era, Túlio tinha sido seu porto seguro. Ele a acolhera sem pedir nada em troca, apenas oferecendo cuidado, gentileza e um abrigo para o corpo e para a alma.
Túlio se aproxima devagar, com aquele jeito calmo que a fazia se sentir protegida.
— Tá gostando da música? — pergunta, sorrindo.
Estela sorri de volta, sem perceber que aquele simples gesto já fazia o coração dele disparar.
— É bonita. Tem algo nela que… não sei explicar. Parece que já ouvi antes.
— Talvez te lembre de alguma coisa boa — responde ele, esperançoso. — A memória tem um jeito curioso de voltar quando a gente menos espera.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar