Desde que descobriu que Estela estava viva, Celso não teve mais sossego.
A notícia o abalou profundamente — não apenas por vê-la respirando novamente, mas porque, no fundo, algo que ele acreditava possuir havia escapado de seu controle.
Tomado pela inquietação, decidiu ir até a casa de Túlio, o médico que, segundo Doutor Lauro, vinha cuidando da moça desde o acidente.
A intenção, ao menos no discurso, era “levá-la de volta à família”.
Mas a verdade é que o orgulho e o ciúme o moviam com muito mais força do que o carinho.
Enquanto subia as escadas do casarão, o coração batia acelerado.
Ele ensaiava o que diria — talvez um discurso emocionado, talvez um pedido para que ela voltasse.
Mas nada, absolutamente nada, o prepararia para o que estava prestes a ver.
Dentro da casa, Estela estava sentada na sala, o olhar perdido.
Nas mãos, segurava um lenço molhado — sinal de que as lembranças recentes do afogamento ainda a atormentavam.
Túlio, sentado à frente dela, falava com voz suave:
— Eu encontrei pessoas que te conheciam em São Paulo.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar