Clarice não esperava visitas naquela manhã. O orfanato estava silencioso, os ventos sopravam entre as árvores e a rotina parecia comum. Mas ao abrir o portão, ela se depara com uma mulher que não via há anos: Lígia. Elegante, decidida, e com os olhos firmes. Clarice a encara com surpresa e um resquício de desconfiança.
— Vim conversar com você — diz Lígia, sem rodeios. — É sobre a Zélia.
Clarice a convida para entrar, ainda confusa. Na sala, com um chá servido, as duas sentam-se frente a frente, como duas sobreviventes que finalmente se reconhecem.
Lígia respira fundo antes de falar. Sabe que o que carrega pode mudar o rumo da história.
— Zélia está armando pra te calar, Clarice.
Ela tem influências no judiciário e está tentando impedir o andamento do seu processo contra Juliano. Está desesperada com a possibilidade de perder tudo.
Clarice franze o cenho.
— Mas por quê? Ela nunca se envolveu diretamente comigo… não como Maristela ou Juliano.
O artigo não está concluído, clique na próxima página para continuar