A manhã começara tranquila no hospital. Túlio, como de costume, chegara cedo, cumprimentara os colegas e seguira para o café antes de começar os atendimentos.
Mas aquele seria o dia em que tudo mudaria — o dia em que a verdade sobre Estela, ou Anabela, viria à tona.
Enquanto esperava o café ficar pronto, algo preso no mural de avisos chamou sua atenção.
Entre os panfletos de campanhas antigas e comunicados de equipe, havia um cartaz amarelado com uma foto de uma mulher sorridente, vestida de branco, segurando uma prancheta.
Abaixo, lia-se:
PROCURA-SE INFORMAÇÕES SOBRE ESTELA DUARTE
Enfermeira desaparecida há 6 meses.
O coração de Túlio disparou.
A imagem era inconfundível.
— Estela… — sussurrou, sentindo o chão sumir sob seus pés.
Era o mesmo rosto, o mesmo olhar, o mesmo sorriso doce que agora via todas as manhãs na pensão.
A mulher que ele acreditava não ter passado, que se chamava Anabela, estava ali, estampada num cartaz de desaparecimento.
Atordoado, Túlio arrancou o panfleto do mural e foi direto à sala de Doutor Lauro, que, surpreso com a entrada abrupta, quase derrubou os papéis da mesa.
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